Em um ato de descaramento sem precedentes, parlamentares bolsonaristas apresentam ao país a sua mais nova maracutaia travestida de proposta legislativa: a PEC da Blindagem. Esta não é uma medida de interesse público, mas um mecanismo cínico de autopreservação, desenhado para proteger uma classe de políticos que teme a justiça mais do que a reprovação popular. Eles não buscam melhorar a nação, e sim criar um escudo legal contra investigações que ameaçam expor seus malfeitos e corrupção. É a legislação do medo, escrita por aqueles que tremem diante da possibilidade da prestação de contas.
A imoralidade da proposta salta aos olhos de qualquer cidadão sério. Ao tentar dificultar ou mesmo impedir investigações contra agentes políticos, essa PEC ataca o cerne do Estado Democrático de Direito: a noção de que ninguém está acima da lei. Ela ignora solenemente qualquer princípio de moralidade na coisa pública, tratando o erário e o cargo eletivo como um salvo-conduto para a ilegalidade. É um projeto que nasce de um desejo perverso de transformar o Congresso Nacional em um clube fechado, em que os associados estão livres do constrangimento de responder por seus crimes.
Esta é uma mensagem direta e um tapa na cara do cidadão de bem, daqueles que trabalham e exigem seriedade dos seus representantes. Enquanto o país clama por saúde, educação e segurança, essa bancada oferece, como prioridade, a própria impunidade. A sociedade sadia, não contaminada pelo vírus bolsonarista, deve reagir com veemência e repúdio. É imperioso gritar que não aceitaremos este pacto de mediocridade e corrupção. O único destino aceitável para essa PEC é o lixo da história, e, para os seus proponentes, a porta de saída do Congresso Nacional.


