
O ministro Luiz Fux, da Suprema Corte brasileira, tentou defender Jair Bolsonaro e seus aliados ao questionar o volume de provas. No entanto, seu argumento se voltou contra si mesmo, pois a menção aos mais de 70 terabytes de documentos acabou por destacar a magnitude esmagadora do conjunto probatório. A alegação de que uma pessoa levaria 48 mil anos para ler todo o material, longe de invalidar o processo, serve como uma confissão involuntária da solidez da investigação. Fux, sem querer, confirmou que as evidências são de uma escala sem precedentes.
Ao analisarmos os cálculos detalhados fornecidos pela inteligência artificial, a dimensão do volume de provas se torna ainda mais clara e aterrorizante. No cenário mais realista, envolvendo documentos digitalizados, teríamos aproximadamente 82 milhões de páginas. Isso resultaria em uma pilha de papel com mais de oito quilômetros de altura, um monumento físico à extensão da investigação. A simples materialização do volume em papel já é uma prova cabal da profundidade do trabalho da Polícia Federal, PGR do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
Quanto ao tempo necessário para a análise humana, os números são igualmente arrasadores. Uma única pessoa, dedicando oito horas diárias à leitura, levaria quase mil anos para percorrer todo o conteúdo na hipótese mais branda. Na pior das hipóteses, esse tempo se estenderia por mais de trezentos mil anos. Esses dados desmontam qualquer alegação de que o processo foi apressado, mostrando que a acusação se fundamentou em uma base factual incontestável.
A alegação de que as provas foram entregues de forma desorganizada perde completamente o sentido perante essa realidade numérica. Nenhuma organização possível tornaria a análise integral desse volume por um ser humano uma tarefa viável em prazos normais. A complexidade e a quantidade do material exigem ferramentas modernas de processamento, e a acusação, ao disponibilizar tudo, agiu com total transparência. A defesa, por sua vez, tem o dever de usar a tecnologia para examinar as evidências.
Portanto, a fala do ministro Fux, embora com intenção controversa, acabou por servir ao interesse público. Ela expôs, de forma cristalina, que o processo não se baseia em meras suspeitas, mas em um oceano de evidências concretas. A narrativa de perseguição política desaba quando confrontada com a realidade física e temporal demonstrada pelos cálculos. O que se vê é o maior e mais bem fundamentado conjunto de provas já reunidas na história do país.


