
A postura da presidência da Câmara, sob o comando de Hugo Motta, diante de parlamentares condenados com trânsito em julgado é um ataque frontal à moralidade pública. A manutenção de Alexandre Ramagem e Carla Zambelli no pleno exercício de seus mandatos, com todos os proventos e estrutura de gabinete, desafia o mais básico princípio da decência administrativa. A decisão judicial transitada em julgado não é uma mera opinião, mas uma sentença definitiva que, na prática, é ignorada pela Casa. Essa omissão voluntária converte a Câmara em um refúgio para condenados.
O caso do deputado Eduardo Bolsonaro é ainda mais emblemático de como a instituição tolera o descaramento. Residindo nos Estados Unidos, longe de seus eleitores e de suas obrigações parlamentares, ele continua a receber integralmente seus proventos públicos. Esta situação configura um absurdo que ultrapassa os limites da imoralidade, beirando o crime de apropriação indébita do erário. É a materialização do desprezo pelo dinheiro do contribuinte e pela função pública, tudo com a anuência do comando da Casa.
Até quando a Câmara dos Deputados, sob a liderança de Hugo Motta, seguir avalizando esta afronta à sociedade e ao Judiciário? A inação deliberada diante de casos tão graves sinaliza que a instituição abraçou uma perigosa cultura de impunidade. É urgente que o presidente da Câmara cumpra seu dever e restaure o mínimo de decoro, cassando os mandatos desses parlamentares e cortando imediatamente seus privilégios. O silêncio e a omissão, neste caso, são formas concretas de conivência.


