Falta de provas e tratamento desigual envolvem denúncia
A denúncia do Ministério Público de São Paulo contra Augusto Melo, o presidente afastado do Corinthians, está sendo alvo de um furacão de críticas por supostas falhas graves e uma investigação que beira o escândalo. Especialistas e a defesa de Melo apontam inconsistências que lançam sombra sobre a acusação, levantando dúvidas sobre a lisura do processo que ameaça o Timão.
No centro da polêmica está um parecer assinado pelo ex-delegado da Polícia Federal Anderson Souza Daura. O documento, uma verdadeira “bomba relógio”, acusa a Polícia Civil de ter cometido erros imperdoáveis. Segundo Daura, as provas financeiras que sustentam o indiciamento de Melo foram colhidas de forma ilegal, sem a necessária autorização judicial – um golpe direto na legalidade do inquérito. Mais: o experiente delegado dispara que o crime nem seria furto qualificado, como alega o MP, mas no máximo um estelionato. Ele não poupa críticas, afirmando que a investigação foi completamente “viciada” por desrespeitar a lei e se deixar levar pela histeria da mídia.
A denúncia do MP, por si só, é alvo de críticas pela defesa de Melo. O advogado Ricardo Jorge ataca a denúncia, afirmando ser confusa, obscura e sem uma linha cronológica clara dos fatos. Essa falta de objetividade, diz a defesa, viola o sagrado direito de Melo se defender adequadamente, transformando a acusação em um quebra-cabeças ilegível.
O parecer do ex-delegado aponta outra falha grave: o prazo para as supostas vítimas – os intermediários Sandro dos Santos Ribeiro e “Toninho Duetos” – moverem ação já expirou. Pior: eles declararam publicamente que não querem processar ninguém. Isso significa, segundo especialistas, que a base da denúncia do MP pode estar podre, prestes a ruir por decadência.
A indignação contra o Ministério Público é forte. A defesa de Augusto Melo não esconde o desprezo, classificando o relatório policial e a denúncia como uma farsa sem provas concretas, uma narrativa genérica e frágil que mancha a credibilidade do órgão. Nas redes sociais, a torcida organizada Gaviões da Fiel e milhares de corintianos explodem de raiva, exigindo explicações e atacando a condução sensacionalista do caso, especialmente a associação forçada com o PCC, vista como um golpe baixo para chocar a opinião pública.
Outro questionamento ao MP trata da exclusão do ex-diretor jurídico Yun Ki Lee da denúncia. “Se ele escapou por falta de provas de dolo, como o MP pode sustentar acusações tão pesadas contra os outros?” Essa contradição flagrante alimenta a suspeita de uma investigação inconsistente e seletiva.
Enquanto o MP acusa Melo e outros de desviar R$ 1,4 milhão da VaideBet e pede uma indenização de R$ 40 milhões ao Corinthians, a pergunta que não quer calar é: sobre que alicerces, frágeis e questionáveis, está construída essa denúncia? O parecer técnico devastador, a ilegalidade nas provas, a denúncia confusa e o prazo vencido pintam um quadro sombrio de precipitação e possível incompetência.
Agora, a bola está com a Justiça. Um juiz decidirá se essa denúncia, cercada de tantas polêmicas e sob fogo cruzado de críticas técnicas devastadoras, merece sequer virar processo. O Corinthians e sua torcida aguardam, apreensivos, enquanto o Ministério Público de São Paulo se vê obrigado a enfrentar um turbilhão de desconfiança que ameaça desmoralizar sua atuação neste caso explosivo.
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