
Por Agenor Duque
A decisão da juíza federal Cameron McGowan Currie que anulou todos os processos contra James Comey e Letitia James não é apenas um revés técnico. É um tapa na mesa. É a confirmação de que, nos bastidores da política americana, a pressa em perseguir inimigos pode atropelar a lei e, quando isso acontece, o sistema desmorona.
E foi isso que vimos nesta segunda-feira.
A promotora Lindsey Halligan, nomeada para conduzir as acusações contra dois dos maiores adversários de Donald Trump, não tinha sequer autoridade legal para ocupar o cargo. Um detalhe? Não. Uma falha tão grave que contaminou toda a investigação desde o primeiro minuto, tornando-a juridicamente insustentável.
Quando um processo começa errado, termina errado. E, no caso, a estrutura inteira estava apoiada em uma base ilegal.
Halligan atuou como promotora sem jamais ter recebido a nomeação formal exigida por lei. Em qualquer país sério, isso derrubaria um processo. Nos Estados Unidos, derrubou três. E com razão. A juíza não apenas anulou as acusações. Ela enviou um recado direto ao aparato político e jurídico que tenta manipular o sistema para atingir adversários.
O caso, que já era visto por muitos como politizado, agora entra oficialmente para o manual de erros judiciais que mancham a credibilidade das instituições.
A anulação também levanta uma pergunta inevitável.
Quem autorizou a atuação de Halligan?
Quem sabia que ela não tinha nomeação válida?
E por que isso foi ignorado por tanto tempo?
A resposta pode nunca ser revelada. Mas a mensagem da Justiça foi clara. O Estado de Direito não pode ser usado como arma política. E quando tentam transformá-lo nisso, mais cedo ou mais tarde a verdade explode no centro do tabuleiro.
Washington tentou fazer dessa batalha um espetáculo.
Acabou protagonizando um vexame histórico.


