Apesar de ter uma medida de proteção concedida pela Justiça após sofrer ameaça de morte por Elison Bertati (foto), o presidente da Câmara de Mirassol, vereador Walmir Chaveiro, segue sua rotina normalmente, sem a presença de seguranças ou policiais em seu entorno. A decisão judicial, que proíbe o autor da ameaça de se aproximar ou tentar contato com o parlamentar, foi motivada por um caso relacionado a um projeto de lei.
Na última semana, em 3 de abril, Chaveiro registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil relatando uma ligação de ameaça de morte. O autor, identificado como o advogado Elison Bertati (E.B.), questionou o endereço do vereador, afirmando que iria até sua residência para assassiná-lo. O motivo seria o Projeto de Lei nº 24/2025, enviado pelo Executivo à Câmara, que propõe mudanças na estrutura da Arsae. Bertati teria alegado que a não votação da matéria prejudicava um familiar seu, que seria beneficiado diretamente com a aprovação do texto.
Além das ameaças, o advogado proferiu ofensas durante a ligação, reclamando da demora na pauta do projeto. Após a denúncia formalizada pelo delegado José Rubens Macedo Paizan Silva, o Ministério Público, por meio do promotor Valmor de Mattos Junior, recomendou medidas protetivas, acatadas pelo juiz André da Fonseca Tavares. Em sua decisão, o magistrado destacou a “gravidade dos crimes atribuídos” e determinou que Bertati mantenha distância mínima de 100 metros de Chaveiro, além de proibir qualquer forma de comunicação.
Em resposta, o presidente da Câmara afirmou que segue os trâmites regimentais para a análise de projetos e lamentou que “objetivos pessoais” interfiram no interesse público e no desenvolvimento da cidade.
Outro lado – Procurado pela reportagem, Elison Bertati optou por não se pronunciar sobre o caso. O advogado é conhecido por sua proximidade com Renato Scochi, chefe de gabinete do prefeito Edson Ermenegildo e também advogado. A relação entre Bertati e a equipe do Executivo levanta questionamentos sobre os desdobramentos políticos do caso.